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terça-feira, 24 de abril de 2012

Bomba de Sódio e Potássio

É incrível como têm pessoas capazes de transformar um assunto abstrato, de difícil compreensão, em algo tão lógico e exato. Encontrei esse vídeo sobre a explicação da bomba de sódio/potássio. Para os mais incautos, essa bomba serve para extrair água de dentro da célula, para evitar que a mesma sofra uma "estumefação", ou seja que ela exploda.




Teoricamente, a dinâmica é simples. Entendendo essa parte antes de ver o vídeo, ficará mais fácil de compreender a explicação depois.
  • O sódio que existe dentro da célula retém água dentro desta.
  • Para evitar que a célula "exploda", entra em ação um um "mecanismo de bombeamento" que se encontra localizado na passagem, entre o interior e o exterior da célula (transmembrana)
  • Para ativar essa bomba, esse mecanismo faz uso de ATP e promove para isso a sua hidrólise (quebra).
  • Através dos movimentos de abertura e fecho dos lados "alfa" (lado onde se prende o sódio) e "beta" (lado onde se prende o potássio), o sódio e o potássio se fixam e se liberam dos seus sítios ativos (locais de encaixe)
  • Acontecendo esse processo, a bomba é ativada e a água intracelular liberada. 



  • Bolinhas azuis - potássio, passando pela bomba e ENTRANDO NA CÉLULA
  • Bolinhas brancas - sitios ativos (do potássio e do sódio), onde ambos se encaixam para sair ou entrar na célula
  • Bolinhas vermelhas - sódio, passando pela bomba e SAINDO DA CÉLULA - EXTRAINDO AGUA CONSIGO.



Expliquei com as minhas palavras. Agora confiram com essa ótima explanação do Prof. Ricardo Zanuto.





Crédito - Prof. Dr. Ricardo Zanuto
http://www.youtube.com/watch?v=c964BwL1P8I
http://www.octopus.furg.br/ensino/anima/atpase/NaKATPase.html

segunda-feira, 23 de abril de 2012

sábado, 21 de abril de 2012

Hoje, 21 abril, é feriado. Você sabe porquê?

Achei o tema importante para nossa cultura geral. Nem só de podologia vive o homem...

A Inconfidência Mineira foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial. Ocorreu em Minas Gerais no ano de 1789, em pleno ciclo do ouro.

   
                                                                     Bandeira dos Inconfidentes




A história é bem interessante. Se tiver interesse, consulte o link:
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/inconfidencia_mineira.htm


PRESSÃO ARTERIAL: Conceito & Técnica



A pressão arterial (PA) é um dos sinais vitais, assim como a temperatura, respiração e pulso que, quando alterada, pode acarretar em complicações sistêmicas graves. Portanto, é fundamental que o profissional da área de saúde saiba mensurar e interpretar os valores pressóricos. 


Não obstante a técnica, o Cirurgião Dentista** deve saber interpretar os dados colhidos, levando em conta a responsabilidade perante o paciente em saber intervir adequadamente e avaliar os riscos dos procedimentos odontológicos a serem realizados, bem como encaminhá-lo em casos onde a PA esteja descontrolada. (**) Profissionais da saúde em geral

Segundo o dicionário Aurélio (2000), o termo "aferir" é o que melhor define a avaliação da PA é, pois expressa a idéia de “conferir (pesos, medidas, etc) com respectivos padrões”, diferentemente de "mensurar / medir" que significa apenas determinar a medida, sem que haja uma interpretação ou comparação com padrões.

O conceito de PA consiste na força em que o sangue exerce nas paredes internas dos vasos sangüíneos. A pressão arterial depende de vários fatores, a saber: 

  • Volume de sangue impulsionado para a corrente circulatória em um determinado tempo (débito cardíaco); 
  • Volume total de sangue circulante (volemia); 
  • Integridade dos vasos (resistência periférica); 
  • Viscosidade sangüínea; 
  • Agentes químicos e hormonais; 
  • Sistema nervoso; 
  • Elasticidade dos vasos; 
  • Calibre dos vasos; 
  • Emocional
  • Entre outros. 
Qualquer dano nesses fatores pode alterar a pressão arterial.


O Esfigmomanômetro
O aparelho de pressão (esfigmomanômetro) é composto pelas seguintes partes: manguito (A), pêra de borracha (B), válvula (C) e o manômetro tipo aneróide (D) (Figura 1). Há diversos tamanhos de manguito para atender crianças, adultos e obesos.

O esfigmomanômetro deve ser calibrado pelo menos 1 vez ao ano para que haja mínima precisão aceitável.
Consultando a literatura sobre o assunto, foi observada apenas uma técnica devidamente registrada, a chamada palpatória. Portanto, não há uma variedade a escolher, mas sim apenas um método adequado que, por vezes, alguns profissionais (médicos / dentistas / farmacêuticos / enfermeiras / fisioterapeutas / entre outros) insistem em variar, fugindo da forma clássica literária, isto se deve pela suposta experiência profissional. Será enfocada neste artigo a técnica mais aceita e encontrada na maioria da literatura médica/odontológica.


Condição para a realização da técnica

Para medir a PA é necessário que o paciente esteja em repouso, ou seja, o indivíduo não deve ter participado de qualquer atividade física, como subir escadas, caminhar ou se esforçar. É importante o descanso de pelo menos 5 minutos antes de medir a PA para que não haja distorções significativas nos valores.
A posição sentada é a mais utilizada para a técnica. O braço direito deve ser tomado para o exame, tendo em vista que há pequena diferença de pressão entre este braço e o esquerdo.
Não se deve repetir o procedimento mais do que 3 vezes, pois favorece resultados dúbios.
A técnica será didaticamente dividida em 2 etapas:

Pressão Sistólica Estimada

Conceito

Nesta primeira etapa faz-se uma prévia, estimativa, do valor da PA Sistólica, sem ainda auscultar. É nesta fase que se tem uma idéia em até que valor se deve inflar o manguito, sem que se ultrapasse ou fique aquém da PA Sistólica real do paciente. 

Caso o profissional infle o manguito de forma insuficiente (aquém), o mesmo não conseguirá posteriormente auscultar a pressão sistólica de um paciente hipertenso, por exemplo, pois a manobra foi aquém da pressão Sistólica real do paciente.

Exemplificando: Se o ponteiro for aleatoriamente até 150mmHg e a pressão Sistólica real for de 170mmHg, não será possível detectá-la. Neste caso o profissional mais desavisado tende a repetir várias vezes a insuflação até que se chegue a um valor perceptível à auscultação.
 Tal “método” é baseado por tentativas, o que não é recomendado. Ou ocorre outra situação: 
O profissional insufla o manguito em valores bem acima do que seria a pressão sistólica real do paciente causando, além do desconforto no braço (“formigamento”), compressão excessiva da artéria em questão alterando o resultado. Para evitar esse problema devemos utilizar a técnica descrita a seguir.
Técnica para determinar a Pressão Sistólica Estimada

Com o manguito corretamente em posição, ou seja, justo no braço do paciente, cerca de 2cm acima da linha que divide o braço do antebraço, e com o cotovelo na altura próxima ao coração (Figura 2A) 

  1. Palpa-se a artéria radial sentindo o pulso (Figura 2B). 
  2. Em seguida insufla-se o manguito vagarosamente até que não se perceba mais os batimentos. 
  3. Neste momento, em que não se sente mais as pulsações na artéria radial, verifica-se qual o valor em que o ponteiro registrou no momento da perda do pulso, este valor é a PA Sistólica estimada (provável).
Auscultação dos sons (ruídos de Korotkoff)

Conceito

A auscultação se dá pela desinsuflação do manguito o qual libera a artéria colabada, permitindo assim, ouvir os batimentos, ou seja, os ruídos.


Ao liberar a válvula após ter o manguito sido insuflado até o valor da P Sistólica estimada, a pressão arterial torna-se maior que a pressão do manguito, ocasionando o início dos batimentos audíveis Pressão Sistólica real. A partir deste ponto o som dos batimentos ganha força até culminar para o seu desaparecimento ou abafamento
Pressão Diastólica.

Técnica para auscultação






  1. Com a PA Sistólica estimada determinada, coloca-se o diafragma do estetoscópio na artéria braquial logo abaixo do manguito, e não por baixo dele (Figura 3A).
  2.  Insufla-se até 30mmHg acima da PA Sistólica estimada, no exemplo: 100mmHg (P Sistólica estimada) + 30mmHg (adicional) = 130mmHg (Figura 3B), é até neste último valor que devemos insuflar. 
  3. A partir desse momento, desinsufle vagarosamente e atente para o primeiro ruído, este valor é a P Sistólica real e quando não se puder auscultar mais o ruído, é a PA Diastólica.

Durante a determinação da PA Diastólica é aconselhável esperar o manguito desinsuflar por completo, pois há casos em que ocorre um intervalo de silêncio após ter auscultado a P Sistólica, tal fenômeno é conhecido como Hiato auscultatório, e a retomada dos ruídos para determinação da P Diastólica pode se dar após o referido intervalo.

O treinamento da técnica relatada neste artigo é condição sine qua non para acurar os sentidos na adequada determinação da Pressão Arterial.


Valores de Referência

Após ter mensurado a pressão arterial compara-se os achados com os valores tidos como normais. Qualquer alteração merece a atenção interpretativa e orientação ao paciente. Segundo a American Heart Association (AHA) são considerados os seguintes valores:
















































Crédito: Caetano Baptista Neto
Fonte: http://estomatologia-artigos.blogspot.com.br/2006/02/presso-arterial-conceito-tcnica.html
Publicado: Revista da APCD de São Caetano do Sul - Espelho Clínico - Ano VIII, Nº45, p. 10-11, Ago 2004.

domingo, 15 de abril de 2012

Hipersensibilidade Tipo I

A propósito da nossa prova de Agressão e Defesa, encontrei uma matéria bem elucidativa sobre a nossa hipersensibilidade a determinadas reações externas e internas. Embora a matéria mencione os 4 tipos de hipersensibilidade, aqui só vou abordar a do tipo I, para não ficar muito fatigante. Então é assim:

Hipersensibilidade se refere às reações excessivas, indesejáveis (danosas, desconfortáveis e às vezes fatais) produzidas pelo sistema imune normal. 
Reações de hipersensibilidade requerem um estado pré-sensibilizado (imune) do hospedeiro. Reações de hipersensibilidade podem ser divididas em quatro tipos: 
Tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV -  baseados nos mecanismos envolvidos e tempo levado para a reação. Frequentemente, uma condição clínica particular (doença) pode envolver mais de um tipo de reação.


HIPERSENSIBILIDADE TIPO I
Hipersensibilidade tipo I é também conhecida como imediata ou hipersensibilidade anafilática. A reação pode envolver: 
  • Pele (urticária e eczema)
  • Olhos (conjuntivite)
  • Nasofaringe (rinorréia, rinite)
  • Tecidos broncopulmonares (asma) 
  • Trato gastrointestinal (gastroenterite). A reação pode causar uma variedade de sintomas desde inconveniências mínimas até a morte.
 A reação normalmente leva 15 - 30 minutos para o período de exposição ao antígeno, embora às vezes possa ter início mais demorado (10 - 12 horas).


Hipersensibilidade imediata é mediada por IgE. O componente primário celular nessa hipersensibilidade é o mastócido ou basófilo. A reação é amplificada e/ou modificada pelos plaquetas, neutrófilos e eosinófilos. Uma biópsia do local da reação demonstra principalmente mastócitos e eosinófilos.


O mecanismo da reação envolve produção preferencial de IgE, em resposta a certos antígenos (alergenos). IgE tem muito elevada afinidade por seu receptor em mastócitos e basófilos. Uma exposição subsequente ao mesmo alergeno faz reação cruzada com IgE ligado a células e dispara a liberação de várias substâncias farmacologicamente ativas (figura 1). 


Tabela 1. Mediadores Farmacológicos da Hipersensibilidade Imediata 
MEDIADOR
Mediadores preformados em grânulos
histamina
broncoconstrição, secreção de muco, vasodilatação, permeabilidade vascular
triptase
proteólise
Cininogenase
Cininas e vasodilatação, permeabilidade vascular, edema
ECF-A
(tetrapeptídios)
atrai eosinófilos e neutrófilos
Mediadores recém formados
leukotrieno B4
atraente de basófilos
leukotrieno C4, D4
mesmo que histamina mas 1000x mais potente
prostaglandinas D2
edema e dor
PAF
agregação plaquetária e liberação de heparina: microtrombos



Os agentes liberados dos mastócitos e seus efeitos estão listados na Tabela 1. 

Mastócitos podem ser iniciados por outros estímulos tais como exercício, stress emocional, agentes químicos (ex. meio de revelação fotográfica, ionóforos de cálcio, codeína, etc.), anafilotoxinass (ex. C4a, C3a, C5a, etc.). 

Essas reações, mediadas por agentes sem interação IgE-alergeno, não são reações de hipersensibilidade embora elas produzam os mesmos sintomas.
.............................


Agora, para entendermos o que é IgE:


Imunoglobulina E (IgE) é um anticorpo. Está presente no soro sanguíneo em baixas concentrações. É encontrada na membrana de superfície de basófilos e mastócitos em todos os indivíduos. Tem um papel importante na imunidade ativa contra parasitas helmintos, atraindo os eosinófilos. Cinqüenta por cento dos pacientes com doenças alérgicas tem altos níveis de IgE. A específica interação entre o antígeno e a IgE ligada no mastócito resulta em liberação de histaminaleucotrienoproteasesfatores quimiotáxicos e citocinas. Esses mediadores podem produzir broncoespasmovasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, contração de músculo liso e quimioatração de outras células inflamatórias (eosinófilos, por exemplo).



Fonte: 
http://pathmicro.med.sc.edu/portuguese/immuno-port-chapter17.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imunoglobulina_E
Imagens: Google Imagens

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Barcelona!


Em meus 22 anos ininterruptos de 
 deambulações pelo mundo,
essa cidade foi uma das que mais me marcou...!

Freddy Mercury & Montserrat Cabballe





Organo...quem?

Or.ga.no.lép.ti.co!

É preciso gostar-se muito de lingüística para se apaixonar por uma palavra destas!

Chamam-se propriedades organolépticas às características dos objetos que podem ser percebidas pelos sentidos humanos, como a cor, o brilho, o paladar, o odor e a textura.
Esse termo se adequa na farmacologia como sendo substância componente/corretiva de uma forma farmacêutica. E o que significa tudo isso?

O corretivo é uma substância que se junta à forma farmacêutica para lhe modificar as suas características organolépticas e visuais.
Edulcorantes
São os corretivos que conferem um sabor agradável à preparação (açúcar, mel, sal, etc.).
Corantes - Conferem cor à preparação.



Fontes:

Ácido x Alcalino



Qual é o contrário de ácido? Não sabe? Pois vai saber agora. 
Dentro do que chamamos de química ácido-base (base ou alcalino, ou lipossolúvel, ou não ionizado, ou apolar, ou sabe lá Deus mais o que...!), existe uma escala de medida para saber se a substância é um ácido ou e uma base: é o pH (o "P" minúsculo e o "H", maiúsculo). As letras referem-se a "Potencial de Hidrogênio", quer dizer a quantidade de Hidrogênio (H+) que é encontrada na substância, na relação de: 

  • Quanto mais H+................................mais ácido 
  • Quanto menos H+  e  mais OH- ..........mais alcalino

Na prática, tudo isto é muito fácil, pois existe um aparelho chamado "Peagâmetro" que te diz imediatamente o pH da substância. No caso de universidades com menos recursos, sempre existem as boas e velhas fitinhas de pH, que indicam de acordo com a cor.

Peagâmetro


Na teoria, é mais simples ainda, observe bem:

Química ácido-base
Escala de pH

Ácido                                    Neutro                                                    Alcalino


1         2         3         4         5         6         7        8         9         10         11         12         13         14 


O esquema é muito simples e de fácil compreensão. A escala consiste em valores de 1 à 14, sendo que quanto menor o valor, menor o pH e mais ácida será a substância, portanto quanto maior o valor, maior será o pH e mais básica a substância.

Em termos numéricos, o pH funciona assim: 
 1   -   6.9 =  ácidas 
          7.0 =  neutras 
7.1 -   14 =  básicas ou alcalinas

A nível de curiosidade, o pH neutro, não é considerado o normal como muitos pensam. Cada substância tem o seu valor natural. No corpo humano, os fluidos precisam manter o equilíbrio ácido-básico ou as consequências são catastróficas (como acidose ealcalose por exemplo... mas isso já é uma outra história).

O sangue humano é o mais crítico neste assunto, levando em conta que ele pode ser considerado alcalino(não ácido, claro) pois, seu pH é igual a 7.4 (com uma margem de tolerância de meio ponto para cima ou para baixo, então vai de 7.35 à 7.45). A saliva é neutra igual a água (7.0). O ácido clorídrico do estômago é ácido1.4. 

terça-feira, 10 de abril de 2012

A Podologia & Eu

Mais uma semana de aula se foi, mais um tanto de conhecimento adquirido para ser lentamente assimilado e processado. Para algumas pessoas quase incompreensível de onde busco motivação para ganhar afinidade com um tema que até há bem pouco tempo eu ignorava..! 
Pois bem, faço minhas as palavras de Clarisse Lispector:
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
(Clarisse Lispector)


"Fly me to the Moon"
Frank Sinatra & Tom Jobim

A Importância das Palmilhas na Correção Postural

Uma das disciplinas mais interessantes que temos no nosso curso de Podologia é, sem dúvida, a Podoposturologia. É uma área que permitirá aos Podólogos enriquecerem seu patrimônio intelectual e técnico-profissional e se diferenciarem dentro do mercado.
No entanto, esta área tem causado muita divergência ideológica entre outros profissionais da saúde que reclamam a legitimidade de falarem com exclusividade desse tema. É claro que, tendo estudado Fisioterapia ou Ortopedia por mais tempo do que um Podólogo, existe nesses profissionais mais aprofundamento em certos aspectos. Mas, também é bem verdade que um Fisioterapeuta ou um Médico Ortopedista não têm em conta em suas análises aspectos podais extremamente relevantes para o diagnóstico final de um paciente que apresente certas anomalias posturais que advêm de calosidades. Estas são extremamente sinalizadoras da pressão que está sendo exercida sobre determinada parte dos pés. Portanto, se não é do desejo desses profissionais se aperfeiçoarem na arte de "desbastar calos", então aceitem trabalhar MULTIDISCIPLINARMENTE, como já o fazem com outras especialidades. Vejam a Podologia com seriedade e permitam que o podólogo faça a sua parte. Compartilhem informações, enriqueçam seus conhecimentos, agreguem esse valor, somem ao invés de dividir


Dedico a publicação dessa matéria e essa trilha sonora da Maria Gadu à nossa competente e entusiasta prof. de posturologia, Prof. Rosângela Garoto ;0)


Ps.: Tive que inserir umas imagens senão a leitura do texto iria ficar muito fatigante...


E, para começar, uma reportagem filmada na terra da minha querida colega Gláucia, lá em Fortaleza. 



Introdução a Podoposturologia



Há mais de 30 anos, alguns autores atribuíam um papel postural às palmilhas ortopédicas na prevenção das básculas da pelve, das escolioses e do tratamento das lombalgias. Naquela época as correções das básculas da pelve, através de aumento do salto, representam uma correção simplista, talvez um erro fisiológico. Na década de 80, Bourdiol desenvolveu um conceito terapêutico novo, onde as bases da correção postural não seriam somente mecânicas, e sim, neurológicas. A eficácia dessas estimulações plantares finas pode ser observada com um simples calço sob uma determinada eminência do pé para reduzir uma deformidade da coluna vertebral.
Desta forma, os conhecimentos da neurofisiologia propiciaram o surgimento da podoposturologia que tem como objetivo prevenir e tratar os transtornos da postura e do equilíbrio por intermédio dos receptores podais. Este método é indicada a todos os indivíduos que tem dificuldade de permanecer em pé ou sofrem nesta postura. Os pés são a evidência da base do equilíbrio estático e dinâmico. A planta dos pés é sensível a variações de deformação da ordem de 5 microns a 1 grama de pressão. Estas informações são instantaneamente transmitidas ao sistema nervoso central e comparadas às estimulações dos olhos, orelhas internas e da propriocepção. O sistema nervoso central em resposta, regula as oscilações por intermédio dos músculos extrínsecos e intrínsecos dos pés.
As palmilhas posturais permitem uma reprogramação postural. Os estímulos são decorrentes dos mecanoreceptores podais por elementos que variam de 1 a 3 mm de espessura e que são fixados nas palmilhas e ficam em contato direto com o pé O tipo de estimuladores são determinados em decorrência da resposta do tornozelo e da postura global.


O estímulo do pé vai objetivar os desequilíbrios tônicos e as disfunções nas informações que perturbam o equilíbrio e a boa integração dos tratamentos posturais. Na parte clínica (reflexos posturais) podem ser analisados por exames como a baropodometria, a estatocinesiometria, a estabilometria e radiografias.
   


As informações necessárias para a coordenação e regulação da postura dinâmica e estática são decorrentes da planta dos pés. O tônus muscular reage aos estímulos que são efetuados na região plantar (palmilha).
A indicação dos tratamentos podoposturais é vasta e se concentram nos transtornos funcionais idiopáticos. As indicações vão desde metatarsalgias a cefaléias, cervicalgias e distúrbios de circulação dos membros inferiores. O tratamento consiste na reprogramação postural por intermédio de palmilhas posturais. Se forem encontradas disfunções intrínsecas dos pés, são utilizadas palmilhas que visem o conforto e o alívio da dor. A prevenção do transtorno do equilíbrio e da postura permite uma melhor harmonia postural, tanto em indivíduos nas suas mais diversas profissões como também em atletas. Com um melhor equilíbrio, o indivíduo fadiga menos, suas possibilidades físicas e intelectuais melhoram (GAGEY e WEBER, 2000; ENJALBERT et al., 1996 e 1998; BESSOU,1996; RABISCHONG, 1996; ABADIE, 1994; VALLET, 1996; GAGEY, 1996; ROLF, 1999; BRICOT, 1999).
Ação das Palmilhas Posturas

A postura ereta é mantida por dois pólos sensoriais situados nas extremidades do corpo (ENJALBERT et al. 1998). Uma das extremidades é a cefálica, onde estão localizados os sistemas vestibular, visual e oclusal; e na outra extremidade estão os receptores sensoriais podais, que se comportam como uma plataforma estatocinesiométrica. Em conjunto com o sistema nervoso central estes pólos sensórios constituem um sistema de análise do movimento.

Desta forma, o sistema visual tem sido descrito como influenciador do tônus postural (UMPHRED; McCORMACK, 1998; WADE; JONES, 1997; DESENNE; SCHOENSTEIN, 1996; HOROVITZ, 1998). 




Outro sistema que interfere no controle postural é a oclusão (GAGEY; WEBER, 2000; BRICOT, 1999). Faugouin (1998) relata que uma modificação assimétrica da pressão dos molares e pré-molares desencadeia uma resposta de hipotonia dos músculos extensores das mãos gerando assimetrias posturais.
OCLUSÃO DENTARIA
Outro sistema que tem muita influência no controle da postura é o aparelho vestibular (WECKX e ANADÃO, 1991). O mecanismo está fundamentado em uma coordenação intrínseca entre o sistema vestibular e as informações proprioceptivas, táteis e da visão. O equilíbrio não apenas depende da integridade destes sistemas, mas também da integração sensorial do sistema nervoso central (SPAEPEN; WEERDT, 2001; TRIBASTONE, 2001).


As informações necessárias para a coordenação e regulação da postura dinâmica e estática são decorrentes da planta dos pés que é rica em receptores de pressão (GAGEY e WEBER, 2000). Estes receptores sensoriais equivalem a uma plataforma dinamométrica que intervém na regulação automática da força decorrente da pressão no equilíbrio bipodal ou monopodal (RABISCHONG, 1996; ENJALBERT et al., 1996; BESSOU, 1996).
Entretanto, a função biomecânica do pé depende da sua capacidade de agir como um adaptador e absorvedor de choque, além de ser um conversor de torque e braço rígido durante o ciclo de marcha (CAILLIET, 1989; McPOIL JUNIOR; BROCATO, 1993; DONATELLI, 1996).



A região plantar é composta de vários receptores sensoriais que detectam as pressões na pele e a tensão que ocorrem nas articulações do pé e do tornozelo. Desta forma, estas características físicas dos mecanoreceptores são à base das sensações estatocinéticas que analisam a mobilidade das diferentes partes do corpo (RABISCHONG, 1996; ENJALBERT et al., 1996; ENJALBERT et al, 1998).
Desta forma, o pé e seus mecanoreceptores são essenciais ao controle postural do trabalhador (ENJALBERT et al., 1996; RABISCHONG, 1996). Pois, a estrutura muscular reage aos estímulos que são efetuados na região plantar. Estas reações posturais variam de acordo com a natureza do estímulo, com o nível de integração neurosensorial e com os estímulos dos baroreceptores plantares. 


Sendo assim, o equilíbrio do corpo humano quando ereto se inicia pelos pés (ROLF, 1999; BRICOT, 1999). Viladot (1987), Manfio et al. (2001), Rodriguez et al. (2001), descrevem que a região que suporta o peso do corpo são as cabeças dos metatarsianos, porém a cabeça do primeiro metatarso recebe mais força que os restantes, aproximadamente o dobro da carga dos demais. Bessou et al. (1996), descreve que em condições estáticas o pé tem três apoios, sendo a cabeça do primeiro metatarso, a cabeça do quinto metatarso e a tuberosidade posterior do calcâneo.


Há muitos anos o pé foi visto como uma estrutura rígida ou semi-rígida. E, sendo assim, as condutas ortopédicas sempre foram elaboradas nesta premissa, a tal ponto que se executavam cirurgias de artrodese (fusão da articulação) com freqüência. A complexidade de avaliar esta estrutura está relacionada com o fato de que o pé é dinâmico, tem múltiplos movimentos na região e pela interdependência existente entre todas as suas partes e os movimentos (GOMES e MACHADO, 2000).

A integração dos pés com o solo acontece através do calçado. Peneireiro e Costa (2001) descreveram em um trabalho de ergonomia, que o carteiro utiliza principalmente os pés para se locomover e desempenhar o seu trabalho. Entretanto, relatam que pouco se tem pesquisado sobre as aferências sensoriais específicas das plantas dos pés, visto que os estudos têm enfocado somente a atenção aos fatores ergonômicos relativos à construção do calçado.
A recomendação para a utilização de palmilhas posturais, promove tanto a prevenção como a terapêutica da postura em pé, e tem o intuito de reduzir o valor de pico de pressão e distribuir a força de reação do solo por toda região plantar (SOUZA et al., 2001).
Essencialmente, a palmilha transporta o solo até a superfície plantar. Pode ser considerada como um calço posicionado entre o pé e o calçado e agir para aumentar a eficiência dos mecanismos do pé durante a caminhada e a corrida. As indicações para uso da palmilha vão desde as lombalgias posturais e dores no quadril relacionadas ao pé, até às síndromes musculares e das membranas fasciais que envolvem os músculos, tendões, ligamentos e ossos (McPOIL JUNIOR; BROCATO, 1993; DONATELLI; WOODEN, 1996).
Um novo conceito de palmilha utilizando os sensores dos pés está direcionado à neurofisiologia e não ao aspecto mecânico como as palmilhas tradicionais. As palmilhas posturais utilizam materiais que apresentam características de leveza, variação da densidade, pouca espessura, higiene e está fundamentada na fisiologia da postura. Na palmilha são inseridos elementos de borracha, com espessura de um milímetro a no máximo quatro milímetros, em locais definidos pela avaliação postural (ABADIE, 1994).
Desta forma, os receptores externos da pele, os proprioceptores articulares e musculares estão intimamente interligados e a partir das modificações da sensibilidade profunda, das modificações articulares e do equilíbrio músculo ligamentar desencadeados pelos baroreceptores plantares, a postura do corpo pode ser modificada, tanto para uma postura adequada ou inadequada (VALLET, 1996; VILLENEUVE, 1996).
Na confecção das palmilhas posturais, também descritas como sensoriais, são utilizados elementos de borracha que são fixados na palmilha em contato com a planta dos pés. Estes elementos fornecem informações ao sistema postural fino e como resposta, o corpo produz um reequilíbrio postural através das reações reflexas tônicas musculares, corrigindo desta forma as assimetrias posturais (VILLENEUVE, 1996).
É muito comum se observar um desequilíbrio do corpo em anterioridade. Diante desta situação, a região do antepé, através dos baroreceptores, ativa reflexamente a tensão dos músculos posteriores da coluna e dos membros inferiores com objetivo de posteriorizar o corpo na tentativa de reequilibrá-lo (GAGEY, 1996). 

Entretanto, quem indica as palmilhas de maneira geral tem pouco conhecimento sobre a complexidade do controle postural, desconhece a relação existente entre a visão e os receptores plantares, entre a disfunção e a repercussão que o aparelho oclusal ocasiona na postura de forma geral (VALLET, 1996).
Portanto, as indústrias e as oficinas ortopédicas, quando fabricam uma palmilha desconhecem sua ação modificadora da postura. 
Este fato pode propiciar alterações lesivas na postura do trabalhador e gradativamente desenvolver o desconforto e a dor. 
O uso da palmilha ortopédica clássica modifica a biomecânica e pode desorganizar uma postura ideal (BRICOT, 1999; GAGEY, 1996). 
A má adaptação das palmilhas à região plantar perturba a biomecânica articular dos pés e da coluna vertebral, pois diminuem o contato do pé com o solo e geram as insuficiências sensoriais pelo contato insuficiente. 
Para melhorar esta interação um novo conceito denominado de palmilhas termomoldáveis permite recrutar mais mecanoreceptores cutâneos podais (VILLENEUVE, 1996).
As correções posturais utilizando os receptores plantares são baseadas na localização da superfície plantar e na densidade dos elementos. Esta determinação dos locais de colocação é precedida pela avaliação postural (VILLENEUVE, 1996). Desta forma, a avaliação permite constatar a eficácia imediata da correção das assimetrias posturais, principalmente da coluna vertebral.
Reprogramação Postural com Palmilhas
As Palmilhas Ortopédicas proprioceptivas são órteses plantares e foram criadas um pouco antes de 1980 por Bourdiol. O princípio das palmilhas proprioceptivas está fundamentado na ação dos elementos e barras muito finos que são colocados sob a pele e os músculos plantares, reprogramando a postura.


As estimulações visuais, cutâneas, podais ou bucais ativam os reflexos posturais permitindo a correção das alterações da postura estimulando ou inibindo as cadeias musculares (VILLENEUVE PARPAY - Jornada de Podoposturologia Paris, 1996). A escolha de uma palmilha proprioceptiva esta ligada, não a uma sintomatologia intrínseca do pé, mas às dores músculo tendíneas do membro inferior e ou da coluna vertebral (MONTHÉARD et al, 1994).


Nos casos de pés planos, os receptores musculares serão estimulados por uma barra ântero calcaniana de 1 mm (criança) a 2 mm (adulto) que estará situada no corpo muscular do abdutor do primeiro (principalmente) e quinto metatarseano. Segundo Sullivan e Schmitz (1993, p. 291), “as técnicas de estimulação proprioceptiva muscular e articular alteram as respostas musculares” e posturais. O alongamento facilita a contração muscular e atua primariamente através das terminações primárias do fuso muscular. Estas terminações são sensíveis às alterações de duração e velocidade dos músculos e produzem facilitação reflexa do músculo sob alongamento. Este alongamento sustentado serve para recrutar tanto motoneurônios alfa quanto gama favorecendo não só a contração muscular extrafusal, mas também intrafusal.

Nos casos de pés cavos serão estimulados os receptores neurotendíneos para diminuir o tônus muscular. É utilizada uma barra retrocapital de 1 mm (criança) a 2 mm (adulto). Sullivan e Schmitz (1993, p. 294) descrevem que “uma pressão inibitória firme e moderada aplicada ao tendão do músculo resulta em inibição do tônus muscular”. Terapeuticamente, a técnica de inibição por pressão através do alongamento prolongado pode ser aplicada mecanicamente com o uso de uma barra e sob ação da gravidade e do peso corporal (indivíduo na posição ortostática).
O tônus postural está sob controle e dependência das informações: visuais, vestibulares, proprioceptivas, oculomotoras e mandibular. Boa postura é uma atitude raramente atingida, freqüentemente uma pessoa destra apresenta um deslocamento de pequena amplitude para a direita e para trás em torno de 4 graus, com um apoio a D predominante. Estes deslocamentos para direita nos destros e para esquerda nos canhotos correspondem à normalidade (NAHMANI L. Kinesiologie, 1990. Tome 1).
O pé é um dos receptores do sistema postural e suas informações estão integradas ao sistema visual, auditivo e proprioceptivo para controle do tônus postural. O pé pode controlar a postura pelo trabalho dos receptores mecânicos e sensoriais. A quase totalidade dos receptores plantar está sob ordem e controle do nervo tibial posterior por intermédio de seus três ramos de divisão: nervo calcaniano medial, nervo plantar medial e lateral.
Receptores de adaptação lenta codificam a sensibilidade à pressão (Disco de Merkel) e/ou ao estiramento (Corpúsculo de Ruffini). Receptores de adaptação intermediária (Corpúsculo de Meissner) controlando a velocidade. Receptores de adaptação rápida (Corpúsculo de Paccini) são sensíveis à aceleração da deformação cutânea.
Os ligamentos e cápsulas do pé são ricos em receptores encapsulados (Corpúsculo de Golgi Manzoni, de Ruffini e de Paccini). Estes mecanorreceptores informam sobre os movimentos articulares. Os músculos do pé possuem uma função muito importante graças a dois tipos de mecanorreceptores: a) os órgãos tendinosos de Golgi controlam as variações de tensão muscular e b) as terminações primárias e secundárias dos fusos neuromusculares são sensíveis ao alongamento. A integração das informações é realizada ao nível da medula e cérebro com informações das aferências visuais, vestibulares, cervicais, auditivas e as do aparelho locomotor.


A Reprogramação Postural ocorre quando os mecanorreceptores da região plantar (possuem limiares muito sensíveis detectando pressões na ordem de 300 milesegundos) são ativados por uma deformação mínima da pele (a partir de 5 microns) através de micro relevos que são colocados nas palmilhas (em torno de 1 a 3 mm). Estes elementos e/ou barras colados nas palmilhas posturais estimulam o sistema postural fino (GERTTHOFFERT, J. Ann Kinesith, 1982). Existem regiões específicas na planta dos pés cuja estimulação provoca uma modificação do tônus postural e um reposicionamento da obliqüidade da pelve, assimetria muscular da coluna vertebral (BRICOT, 1999; GAGEY; WEBER, 2000). Estes elementos e barras podem ser coladas nas palmilhas (que são a base de sustentação).
Os receptores cutâneos estão localizados na camada da pele e que são sensíveis às excitações exteriores (térmica, táteis, compressão). Os proprioceptores, situados aos níveis dos ossos, dos músculos, dos tendões e que são sensíveis à pressão ou à tensão: 

  1. Os fusos neuromusculares sensíveis à compressão medem o grau de contração do músculo; 
  2. Os corpúsculos tendinosos de Golgi são sensíveis ao estiramento, medem o alongamento tendinoso; 
  3. Os interoceptores interessam aos vasos e às vísceras.
A compressão dos fusos neuromusculares (seja por estiramento, seja por compressão), fornecem uma informação (reflexo miotático) veiculado até ao como anterior da medula espinhal, e a ordem será dada a uma fibra aferente para comandar a contração. A ativação dos corpúsculos de Golgi (por estiramento do tendão) provoca uma inibição dos neurônios do músculo estirado e relaxamento muscular. Esta ação de contração ou inibição atinge igualmente todos os músculos agonistas ou antagonistas. Contrai os agonistas e inibe os antagonistas. O reflexo miotático é o mais rápido das respostas sensitivas motoras e ajusta a resistência do músculo no seu próprio estiramento. Constitui um sistema de integração do tônus de um grupo de músculo em função da postura.
Existem dois tipos de contração muscular: isométrica e isotônica. A contração isométrica não leva a nenhum movimento nem deslocamento. O reflexo miotático se comporta como um servo mecanismo graças ao qual o músculo resiste a toda força tendendo a se alongar. Se trabalhassem isoladamente, imporia ao músculo um comprimento invariável. Uma contra reação se produz pela intervenção do sistema gama que mantém um leque de fusos neuromusculares e intervém nos ajustes posturais. O tônus muscular fixa as articulações nas posições determinadas, sempre solidárias umas com as outras, e compõem a atitude em conjunto. As contrações reflexas dos músculos, que é o tônus, permitem conservar o indivíduo dentro do polígono de sustentação, graças às correções dos deslocamentos do centro de gravidade (pressão).
Clinicamente, se o reflexo tônico é equilibrador, a má postura será reduzida, e se o reflexo tônico é insuficiente a má postura se instala. A respiração será igualmente um elemento determinante da postura e de suas possibilidades de modificações. O diafragma tem inserções nas arcadas dos músculos psoas e do quadrado lombar. A ação entre o diafragma e estes músculos deve ser sinérgica.
Um gesto repetitivo (profissional ou esportivo) pode induzir a uma modificação do equilíbrio postural por uma assimetria de forças musculares. Uma dor pode induzir a uma atitude antálgica que interfere na memorização no cerebelo e que persistirá mesmo após o desaparecimento dos sinais dolorosos. A fadiga, estresse, calor, frio, vários fatores podem intervir na atitude postural. O paciente geralmente não tem idéia de que estes fenômenos intervêm na sua postura. O indivíduo se mantém de pé segundo uma posição que ele ignora completamente e seus gestos igualmente escapam a sua consciência em sua definição precisa.
tomada de consciência pelo paciente da sua postura no espaço não é sempre uma coisa fácil. É mais fácil no atleta que possui uma melhor consciência do seu corpo. Mesmo que ele não conheça a anatomia, o atleta possui uma idéia da função de cada músculo. Portanto, corrigirá sua posição postural e a ajuda de seu treinador corrigirá seu gesto esportivo se necessário. Um adulto também poderá melhor entender a postura, pois a dor vai levá-lo a correções necessárias. 
No adolescente a situação será mais complicada, pois normalmente não existe dor dificultando a tomada de consciência necessária a uma boa postura. O adolescente deve controlar freqüentemente a evolução postural. 

Esta tomada de consciência facilita o entendimento da ergonomia doméstica ou profissional, como fator desencadeante de uma atitude ou um gesto em uma má postura.

Existem vários tipos de palmilhas ortopédicas. A escolha será feita em função da avaliação fisioterápeutica (protocolo CNT). Existem dois tipos de palmilhas: a) as de estimulação e b) as termomoldadas. As de estimulação comportam três tipos de elementos: estimuladores, inibidores e proprioceptivas. Os elementos estimuladores são aplicados sob o ventre dos múscu1os plantares a fim de comprimir os fusos neuromusculares e favorecer uma contração muscular. Os elementos inibidores vão entrar em contato com os receptores de Golgi, situados no tendão de inserção, de maneira a desencadear a sua ação inibitória que irá frear o reflexo miotático e a contração muscular. Os elementos proprioceptivos vão ter uma ação mecânica e modificar a posição do pé para obter uma melhor congruência articular e uma resposta de adaptação postural (tanto no plano sagital como frontal). Estes elementos são destinados a receber uma carga (peso do indivíduo), são finas e bem toleradas em calçados sociais.
As palmilhas termomoldadas ou termoformadas utilizam um conceito novo. Em relação à palmilha clássica, ela é mais fina, leve, macia e flexível. Os elementos e barras (relevos) são mais finos, menos traumatizantes e mais fáceis de limpar. Estas palmilhas são adaptáveis ao calçados esportivos e sociais. A moldagem ocorre pela influência do calor gerado por uma Termoprensa Ortopédica. 


O processo inicia com o plantigrama dos pés do indivíduo, seguido da gabaritagem, do desenho dos elementos e barras, do corte e da preparação dos mesmos. A colagem é feita na placa LUX. A palmilha PODALY de EVA é superficial, a placa LUX é intermédia e o complemento de tecido é inferior. A palmilha sendo retirada da prensa, junto com o pé, é colocada dentro de um plástico. Em seguida será utilizado um aspirador para retirar o calor (para evitar queimar a pele do pé) e favorecer a compressão da palmilha na forma plantar. Este plástico será colocado sobre um moldador e o indivíduo permanece na posição ortostática, com carga, por 60 segundos (sempre olhando para frente para evitar que a impressão dos artelhos seja muito pronunciada na palmilha), em posição de correção. 


Após esta fase de moldagem sobre o pé, a palmilha está terminada e poderá ser utilizada imediatamente. A palmilha termomoldada possui uma ação mecânica importante na medida em que o aumento da superfície de apoio plantar diminui a pressão em centímetros quadrados. Sendo assim, favorece de forma notável no alívio das metatarsalgias e talalgias mecânicas, no indivíduo com sobrecarga ponderal ou em um pé com uma superfície de apoio reduzida, a palmilha termomoldada proporciona o aumento da superfície de apoio e contribui no conforto.
Durante a marcha normal, o peso é multiplicado em torno de três vezes. Durante a corrida o peso multiplica-se por cinco ou seis. Durante a recepção de saltos, notavelmente pelo jogador de basquete que vai pegar um rebote, o peso pode ser multiplicado por oito. Os impactos se propagam a 120 Km/h nas fibras tendinosas, na trama óssea do calcâneo e do tibial, no tendão de Aquiles e na aponeurose plantar. Estas estruturas serão as primeiras a absorver a onda de choque. É fundamental que se utilize materiais que absorvam esta vibração e a impeçam de se propagar para evitar lesões.




Das patologias mais freqüentemente encontradas e tratadas nas clínicas por palmilhas posturais, as metatarsalgias as principais. A primeira cabeça metatarsiana com seus dois sesamóides poderá ser objeto de fenômenos dolorosos. Uma sobrecarga ântero interna pode acompanhar ou estar acompanhada de uma inflamação dos sesamóides. Uma posição de antepulsão da pelve irá contribuir para essa sobrecarga anterior do pé. Um hálux rígido com limitação mais ou menos importante, o hálux valgus encontrado freqüentemente na mulher, que utilizou calçado com bicos finos e saltos altos, podem gerar dor. A palmilha ortopédica tem uma ação limitada sobre o conflito gerado pela exostose lateral da primeira cabeça metatarsiana (joanete). Na configuração do antepé, onde o primeiro raio é curto irá levar a uma sobrecarga na segunda cabeça metatarsiana, será igualmente uma fonte de dor durante a marcha. Neste caso a palmilha precisa oferecer um apoio ao primeiro raio.

O terceiro e quarto raio podem ser também ser objetos de um hiper apoio no caso de uma queda global do antepé. O quinto raio será solicitado no caso de um pé em varo que pode estar associado a um joelho varo ou a um desvio lateral da bacia. A correção desta alteração postural aliviará este hiper apoio.


As apofisítes de crescimento ou doença de Freyberg da criança são raras e são tratadas como patologias mecânicas. Sempre observar primeiro se o caso é um problema de postura. Tratar inicialmente a postura (Protocolo CNT) com uma palmilha proprioceptiva. Se a sobrecarga ponderal é importante, se a posição ortostática é prolongada ou se as dores são muito agudas, optar por uma palmilha termomoldada de conforto (se necessário colar os elementos e barras), modifica o apoio e levará a um alívio da dor. No quadro das patologias inflamatórias, tipo artrite utilizar as palmilha termoformadas (conforto). A região média társica pode ser um local de dor ligada a um problema estático, onde numa queda do arco longitudinal interno (hiperlassidão ligamentar), o escafóide poderá estar saliente e doloroso. Usar as palmilhas termoformadas. Nas dores de inserção do tibial posterior, colocado em tensão por um valgo importante, agravado pela corrida ou marcha em locais de vários tipos de relevos poderá ser aliviado colocando uma palmilha termoformada com diminuição da tensão insercional com uma cunha varizante aliviando a dor. A queda do arco longitudinal interno leva a uma tensão dos ligamentos interósseos astrágalo-escafo-cuneiformes, muitos dolorosos a pressão, que estarão igualmente aliviados por uma correção deste valgo, se ele for reduzível.
A pronação e a supinação permitem a absorção de choques. Uma etiologia dos pés flexíveis plano valgus é a hiperlassidão ligamentar onde a aparência clínica é a ausência do arco longitudinal


Nos pés cavos o rígido do arco longitudinal dificulta a adaptação de cargas compressivas às irregularidades de terreno. O arco interno é mais longo, mais alto e mais importante dos três arcos dos pontos de vista estático e dinâmico e comporta cinco peças ósseas:  

  • Primeiro metatarso 
  • Cuneiforme medial
  • Navicular
  • Tálus
  • Calcâneo. 
O pé deve ter flexibilidade na fase de apoio total durante a marcha e rigidez e solidez durante a fase de impulsão (DONATELLI, 1992). 
Quando a pelve é basculada lateralmente o peso recai sobre um pé e ocorre rotação externa do cubóide. A posição lateral da mandíbula, encontrada em 70% dos casos, pode desencadear uma mudança de apoio no solo.
O cubóide poderá igualmente estar doloroso por uma tensão do ligamento dorsal-escafóide-cuboidiano. Em determinadas configurações do pé a estilóide do quinto metatarseano pode estar proeminente e dolorosa. A tensão dos fibulares laterais e do ligamento lateral do tornozelo no varo do pé são as principais patologias ao nível da tíbio-társica.
O calcâneo é o local de dores variadas. A mioaponeurose plantar é freqüentemente encontrada em indivíduos com sobrecarga ponderal ou com uma posição antepulsada da pelve. Ela se traduz por uma dor sobre a inserção aponeurótica calcaniana seguida de uma calcificação (esporão calcâneo). É tratada como alteração postural (Protocolo CNT), que é a causa, associada com palmilha termoformada. A dor embaixo do calcâneo pode ser decorrente também de saltos e repetições onde a onda de choque sobre o calcâneo desencadeia dor. Poderá ser aliviada com palmilha de conforto termoformada, material denso e macio. Na criança são encontradas as apofisítes posteriores do calcâneo (Doença de Sever), que surge mais ou menos com a idade de 10 anos, em crianças com grande atividade esportiva. São utilizadas palmilhas que absorvem as ondas de choque. Na criança, é freqüente o joelho valgo (menos freqüente o joelho varo), associado ou não ao calcâneo valgo ou varo. As palmilhas termomoldadas de estimulação e proprioceptiva são uma indicação considerável.
A inserção do tendão de Aquiles (calcâneo) poderá estar dolorosa pela tensão ou tendinite de Aquiles ou presença de uma bursite retrocalcaneana. Investigar a causa desta tendinite e corrigir, se necessário, a alteração postural (Protocolo CNT). O amortecimento da onda de choque será um fator determinante no tratamento. Podem ocorrer, na fáscia plantar, seqüelas de cicatrizes e nas zonas de hiperqueratose mecânicas (sob as cabeças metartasianas ou sob o calcâneo) que serão melhoradas com palmilhas termomoldadas, evitando o apoio somente na área da cicatriz (distribuindo as pressões em outros locais). Nos mal perfurantes plantares (pé diabético) a palmilha termomoldada terá uma função determinante para a cicatrização. Uma patologia muito freqüente na pessoa idosa, magra, tornado os apoios metatarsianos e calcaneanos muito dolorosos.
Nos atletas ocorrem as dores decorrentes da periostíte tibial. Estas periostites são freqüentes em pés cavos com torsões tibiais externas ou sobre pés valgus com torção externa da perna. As correções destas torções são feitas por palmilhas termomoldadas com elementos anti-rotação externa e cunha valgizante ou varizante. Na fratura de fadiga ao nível tíbia ou fíbula é indicada uma palmilha termomoldada. No quadro de uma atividade esportiva o conforto e a absorção da onda de choque é uma indicação formal.
Um joelho flexo unilateral exige uma imediata investigação. Pode ocorrer em decorrência de uma báscula lateral da pelve (DEJET). Do lado oposto, este joelho flexo é compensatório, do mesmo lado leva a báscula.
Ao nível do fêmur e da zona trocanteriana, são encontradas tendinites do músculo glúteo médio e também dores de inserção do músculo piramidal. Este último, sendo rotador externo femural, será colocado em tensão no quadro de uma rotação interna do fêmur exagerada e dolorosa quando palpado na zona de inserção trocanteriana. 
Os músculos adutores são o local de uma patologia freqüente no jogador de futebol com estiramentos negligenciados. As dores dos adutores decorrentes de um joelho varam com rotação externa do membro inferior são melhoradas pela colocação de palmilhas termomoldadas agindo sobre estas rotações. Os ísquios tibiais, quando muito solicitados, apresentam dores nas inserções altas ou sobre a massa muscular. Um joelho flexo, uma anteversão do quadril ou uma posição antepulsada serão fatores que podem solicitar uma sobrecarga dos ísquios tibiais. Como rotina formal, o Protocolo CNT deverá ser sempre aplicado, além de complementar com outras observações posturais.
A inserção Pata de Ganso (sartório, semitendinoso e grácil), pode ser um local doloroso ligado a um problema postural. As patologias do quadríceps são menos freqüentes (joelho flexo / síndrome rotuliana). A pelve pode ser colocada em posições complexas com uma associação dos movimentos nos três planos do espaço. É ilusório pensar que um calço corrige a obliqüidade da pelve, pois ela acompanha sempre os movimentos no plano horizontal e sagital. É necessário visualizar todas as posições (Protocolo CNT), e dispor os elementos e a barra sobre a palmilha postural.


As articulações sacroilíacas são solicitadas pelos movimentos dos ilíacos e da coluna lombar. A reprogramação postural com palmilhas leva mais freqüentemente a soluções eficazes. As palmilhas podem intervir sobre a posição antepulsada da bacia e sobre os desvios laterais (elemento infra cuboideano com ação sobre o cubóide). As torções do tronco podem igualmente ser reduzidas, seja suprimindo-se o joelho flexo ou com uma anti-rotação interna ou externa do membro inferior. 
As lombalgias são freqüentes. A nível vertebral por pinçamentos articulares ou musculares por contraturas do músculo quadrado lombar ou do psoas. Na hérnia discal ou estenose, uma alternativa é a cirurgia. Recomendável antes utilizar a palmilha termomoldável (Protocolo CNT). O tratamento destas deformidades não será feito isoladamente, outras técnicas do domínio da fisioterapia poderão ser associadas.
A posição da cabeça pode desencadear um problema postural nos casos de alterações visuais, auditivas e oclusais. Se a posição da cabeça é de origem compensatória, a reharmonização da postura corrigirá a posição da cabeça e, portanto suprimirá a tensão dos trapézios ou dos esplênios do pescoço, esternocleidomastoideos e escalenos. Poderá ser necessário tratar a causa principal da alteração postural, seja visual, oclusal ou cicatrizes. Sempre analisar a postura pelos parâmetros do Protocolo CNT. A utilização das palmilhas posturais e mecânicas complementa os tratamentos paleativos (analgésico e antinflamatório).


Fonte: http://www.podoposturologia.com.br/metodos.htm
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